Ceilândia tem domingo de charme, com dança e inclusão social
Com muito charme, a Casa do Cantador celebra, neste domingo (18), a diversidade e inclusão na segunda edição do evento Cidade Diversidade. E o charme em questão é um estilo de dança, uma sequência de passinhos com origem nos bailes blacks do Rio de Janeiro.
Gratuito, o evento vai até as 20h no espaço cultural, localizado em Ceilândia, com a participação de diversos DJs. O projeto é executado por meio do Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC-DF), com um recurso de R$ 140 mil.
De acordo com a idealizadora do projeto, Tatiana Assem Haidar, além de reacender os bailes de charme, flashback e hip-hop, o projeto é uma forma de expressar a arte buscando criar uma atmosfera inclusiva e celebratória para a comunidade. Ela também lembrou da acessibilidade que envolve a ação.
“Além de trazer essa diversidade de nichos musicais e ver a galera dançando ali no meio de pessoas com mobilidade reduzida, o espaço oferece a cobertura do sol, da chuva, os banheiros, segurança, água. O que é muito importante, porque às vezes a pessoa da periferia quer curtir, mas não tem condições de pagar para ir ao evento, ou não tem dinheiro para comprar uma água, então ela deixa de sair por conta disso. A Casa do Cantador traz cultura, dança e entretenimento para as pessoas, então é só chegar, entrar e se divertir”, ressaltou.
Com uma fusão de estilos que inclui as batidas nostálgicas do flashback, os ritmos pulsantes do hip-hop e os passinhos marcantes do charme, a trilha sonora deste domingo será comandada pelos DJs Yanka, Cazuza e Pedro França. A dança será conduzida pelas professoras Mi Guedes, Laurice e Tatiana Assem Haidar, e a expectativa é receber cerca de 400 pessoas de todas as idades.
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A moradora de Ceilândia Neta Fernandes, 55, já dançava com bastante vontade no espaço com DJ. Aposentada e presidente da associação Movimento Luz, ela destaca a importância do evento para as pessoas com deficiência (PcDs).
“É muito importante ter recursos para a inclusão social, porque na realidade a pessoa com deficiência ainda é rotulada. Então a inclusão é muito importante para tirar as pessoas de casa e descobrirem as próprias capacidades. Eu me sinto como se tivesse andando normalmente, porque a cadeira não é nada pra mim”, observa. “Isso faz muito bem, faz com que eu me sinta rejuvenescida. Já criei os filhos, agora vou viver pra mim”, acrescentou, animada.
Riqueza cultural
O diretor da Casa do Cantador, Manoel de Sousa Rodrigues, conhecido como Zé do Cerrado, reforça a importância do espaço público para servir a comunidade e gerar empregos. “Ceilândia é um caldeirão de cultura, o hip-hop é muito forte nessa região. A Casa do Cantador está incrustada de riqueza cultural, é um espaço muito procurado”, pontuou.
O militar Pedro Lopes escolheu ir ao espaço no dia do seu aniversário, celebrando seus 58 anos no evento deste domingo. Com um grupo de Valparaíso, onde mora, decidiu comemorar no melhor estilo: dançando. “O charme veio para mim há mais ou menos seis anos, quando eu estava fazendo artes marciais com um grupo que começou com a dança, e acabei me apaixonando. E para mim hoje é motivo de saúde, lazer, divertimento, tudo. Dançar é muito bom”, afirmou.
No próximo domingo (25), o evento passará para o Deck do Skate Park do Sol Nascente, iniciando às 14h e indo até as 20h. O projeto existe há um ano e também proporciona aulas de charme todas as segundas e sextas-feiras na Praça do Cidadão, em Ceilândia, das 19h às 21h30.
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